The second concert of the 45th edition of FIMUV is an innovation in what is one of the oldest classical music festivals in the country: it will combine musical interpretation with gastronomy for the first time. This harmonization will take place this Sunday at 5:30 pm, at the Santa Maria de Lamas Museum, and will be conducted by the pianist Vasco Dantas, who, recognized by critics for qualities such as “generosity”, “intensity” and “emotional strength”, developed this concept of show with the producers and enologists of the (appropriately named) “Piano” wine brand.
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(versão portuguesa no final)
For the first time in 45 years of history, FIMUV – Paços de Brandão International Music Festival includes in its program a “gastronomic concert” in which the public is invited to relate auditory emotions with the pleasures of taste and smell. In its first presentation to the public, the experience will be led by pianist Vasco Dantas, who at the Santa Maria de Lamas Museum will combine works by composers such as Rachmaninoff, Gershwin and Ravel with wines such as Muscat, Reserva and Harvest. The repertoire also includes works adjusted to the flavor of fogaça and caladinhos, the two ex-libris of Santa Maria da Feira’s sweets. After a private premiere in August at a farm in Alijó, where the musician says that the audience’s reaction was “excellent”, it is now the Statuary Room of the Museu de Lamas that will host the first public performance of the tasting concert with three different offerings. : nine piano compositions, 13 wines from six different ranges and two sweet delicacies. In the first case, the repertoire includes works by Debussy, Ravel, Gershwin, Mussorgsky, Rachmaninoff, Wagner and Vasco Dantas himself. The wine list, in turn, includes three reserve wines (red, white and touriga), a grande reserva red, four harvests (red, white, rosé and white Galician), a late bottled port, a reserva muscatel and three sparkling wines ( medium dry, crude and rosé crude). In addition, there will also be fogaça, the secular sweet bread that became a symbol of Santa Maria da Feira as a religious vow against the Black Plague, and the caladinhos, soft cookies baptized with that name at the time of the Dictatorship to deceive the political police of the Estado Novo.
“Penso que a ideia generalizada de conciliar vinho com música sempre existiu, desde os primórdios das civilizações, e é algo que permanece nos dias de hoje. Tal como o vinho, a música favorece os momentos de união e convívio, incentivando-nos a despertar os nossos diferentes sentidos, e a junção de ambos proporciona ao público um momento encantador. Na área da música clássica, no entanto, esse costume nem sempre está presente ou em simbiose direta, como vai acontecer neste concerto”, antecipa Vasco Dantas.
O pianista já tinha explorado a relação entre música e água numa tournée de 2019 e foi a partir dessa base que se lançou no projeto musico-vínico para o qual desafiou a marca Piano. Apreciador de concertos clássicos em formato “informal e com interações junto do público”, o artista reconhece uma “mais-valia cultural” ao cruzamento de diferentes experiências sensoriais: “Isso favorece o interesse e o alcance que a música erudita pode ter numa comunidade. Muitos concertos de música clássica deviam apostar mais vezes em diferentes formas de divulgação, criando formatos alternativos e transformando essas iniciativas em espetáculos e eventos mais completos”. Sala e repertório escolhidos pelas suas características vínicas Na escolha do palco mais adequado ao primeiro concerto gastronómico da história do FIMUV, a opção pelo Museu de Santa Maria de Lamas não foi ao acaso, considerando que certas gerações da comunidade local ainda se referem a esse equipamento como o “Museu da Cortiça”, que é a matéria-prima mais utilizada como vedante no setor dos vinhos. Da mesma forma, também o alinhamento que Vasco Dantas escolheu para o espetáculo tem uma justificação refletida, que o pianista revela em dois exemplos: os vinhos moscatel foram associados ao Prelúdio N.º 4 de Rachmaninoff e os espumantes harmonizam-se com “A Cavalgada das Valquírias”, de Richard Wagner (na transcrição de Louis Brassin).
“Rachmaninoff tem a alcunha de romântico tardio e é inconfundível em relação a qualquer outro compositor. A sua música complexa vem sempre aliada a um sentimento de intensa ternura, calor e satisfação, fruto da sua genialidade musical e harmónica, e semelhantes sensações ocorrem-nos ao provar este moscatel, intenso nas suas fragâncias, misterioso, de complexidade única, que balanceia na perfeição entre acidez subtil e doçura pura”, explica o pianista. Como nota final, o concerto propõe “A Cavalgada das Valquírias”, que Wagner compôs para o início do terceiro ato da ópera “A Valquíria”, do mítico ciclo “O Anel do Nibelungo”, porque Vasco Dantas encontra nessa obra ecos de comemoração: “Traz à mente a alegria, o prazer, o sabor e a dança do espumante no paladar, representando a celebração esfusiante de toda a sua energia jovial e contagiante”.
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Versão em Português (original):
Concerto gastronómico: quando a música se mistura com os prazeres do paladar e do olfato!
O segundo concerto da 45.ª edição do FIMUV é uma inovação naquele que é um dos festivais de música erudita mais antigos do país: vai pela primeira vez combinar a interpretação musical com a gastronomia. Essa harmonização vai acontecer este domingo às 17h30, no Museu de Santa Maria de Lamas, e será conduzida pelo pianista Vasco Dantas, que, reconhecido pela crítica por qualidades como “generosidade”, “intensidade” e “força emotiva”, desenvolveu este conceito de espetáculo com os produtores e enólogos da marca de vinhos (apropriadamente designada) “Piano”.
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Pela primeira vez em 45 anos de história, o FIMUV – Festival Internacional de Música de Paços de Brandão inclui no seu programa um “concerto gastronómico” em que o público é convidado a relacionar emoções auditivas com os prazeres do paladar e olfato. Na sua primeira apresentação ao público, a experiência vai ser conduzida pelo pianista Vasco Dantas, que no Museu de Santa Maria de Lamas cruzará obras de compositores como Rachmaninoff, Gershwin e Ravel com vinhos como um moscatel, um reserva e um colheita. O repertório inclui ainda obras ajustadas ao sabor de fogaça e caladinhos, os dois ex-libris da doçaria de Santa Maria da Feira. Após uma estreia privada em agosto numa quinta de Alijó, onde o músico diz que a reação da plateia foi “excelente”, é agora a Sala de Estatuária do Museu de Lamas que vai acolher a primeira apresentação pública do concerto-degustação com três ofertas distintas: nove composições para piano, 13 vinhos de seis gamas diferentes e duas iguarias doces. No primeiro caso, o repertório inclui obras de Debussy, Ravel, Gershwin, Mussorgsky, Rachmaninoff, Wagner e o próprio Vasco Dantas. A lista vínica, por sua vez, integra três vinhos reserva (tinto, branco e touriga), um tinto grande reserva, quatro colheitas (tinto, branco, rosé e galego branco), um porto late bottled, um moscatel reserva e três espumantes (meio seco, bruto e rosé bruto). Em complemento, haverá ainda fogaça, o secular pão doce que se tornou símbolo de Santa Maria da Feira como voto religioso contra a Peste Negra, e os caladinhos, biscoitos macios batizados com esse nome no tempo da Ditadura para ludibriar a polícia política do Estado Novo.
“I think that the general idea of reconciling wine with music has always existed, since the dawn of civilizations, and it is something that remains today. Like wine, music favors moments of union and conviviality, encouraging us to awaken our different senses, and the combination of both provides the public with an enchanting moment. In the area of classical music, however, this custom is not always present or in direct symbiosis, as will happen in this concert”, anticipates Vasco Dantas.
The pianist had already explored the relationship between music and water on a 2019 tour and it was from this base that he launched the music-wine project for which he challenged the Piano brand. Appreciator of classical concerts in an “informal format and with interactions with the public”, the artist recognizes a “cultural added value” in the intersection of different sensory experiences: “This favors the interest and reach that classical music can have in a community. Many classical music concerts should bet more often on different forms of dissemination, creating alternative formats and transforming these initiatives into more complete shows and events”. Room and repertoire chosen for its wine characteristics When choosing the most suitable stage for the first gastronomic concert in the history of the FIMUV, the choice for the Santa Maria de Lamas Museum was not by chance, considering that certain generations of the local community still refer to this equipment such as the “Cork Museum”, which is the raw material most used as a closure in the wine sector. In the same way, the lineup that Vasco Dantas chose for the show also has a reflective justification, which the pianist reveals in two examples: the muscatel wines were associated with Rachmaninoff’s Prelúdio N.º 4 and the sparkling wines harmonize with “A Cavalgada of the Valkyries”, by Richard Wagner (in transcription by Louis Brassin).
“Rachmaninoff is nicknamed a late romantic and is unmistakable from any other composer. His complex music is always combined with a feeling of intense tenderness, warmth and satisfaction, the result of his musical and harmonic genius, and similar sensations occur when tasting this muscatel, intense in its fragrances, mysterious, of unique complexity, which balances between subtle acidity and pure sweetness”, explains the pianist. As a final note, the concert proposes “A Cavalgada das Valquírias”, which Wagner composed for the beginning of the third act of the opera “A Valquíria”, from the mythical cycle “O Anel do Nibelungo”, because Vasco Dantas finds echoes of commemoration in this work: “It brings to mind the joy, pleasure, flavor and dance of sparkling wine on the palate, representing the ebullient celebration of all its youthful and contagious energy.”
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